segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Influências do Sebastianismo na Cultura Portuguesa, escrito pela professora Eleandra e publicado na revista UniABC Humanas - 2009

Resumo

O presente artigo trata a respeito do mito Sebastianista, originado pela crença no retorno de D. Sebastião, morto na Batalha de Alcacer Quibir, no século XVI, e suas influências na cultura portuguesa. O objetivo é o de propor reflexões sobre o poder de um mito para a formação e transformação do pensamento de um povo. Para fazermos a síntese necessária à compreensão do significado que D. Sebastião assumiu no contexto português, tomamos como base obras sobre a História de Portugal de Joel Serrão, José Hermano Saraiva, A. de Oliveira Marques e Francisco Salles Loureiro, que nos dão um panorama relacionado ao período que antecede o reinado de D. Sebastião, assim como conseqüências advindas deste contexto histórico; entre outros, os principais teóricos consultados sobre a cultura portuguesa foram Eduardo Lourenço e Antônio Quadros.


Palavras-chave
Sebastianismo – mito – cultura – Portugal

O surgimento do mito

D. Sebastião nasceu em 1554 e foi filho único de Joana de Áustria e do príncipe D. João, cuja morte se deu aos vinte dias antes de seu nascimento, acabou sendo o único descendente de D. João III, seu avô. Aguardado com muita ansiedade, depositaram-se nele as esperanças de fazer de Portugal um Império Universal com base no Cristianismo. Assim, todas as aspirações portuguesas foram responsáveis para que, desde muito cedo, o “Desejado”, como também era conhecido, carregasse o peso de toda essa responsabilidade. A principal responsável por sua educação foi a rainha, D. Catarina, muito admirada por sua inteligência e prudência. Ao assumir o trono, com apenas quatorze anos, o rei, que educado sob rígidos dogmas católicos para ser um defensor do Cristianismo, revela extrema preocupação em manter a castidade e nutria grande indiferença em relação às mulheres, o que logo passou a ser motivo de preocupação, pois o casamento era essencial para assegurar herdeiros e, assim, o futuro da nação. Além de sua misoginia e do conseqüente medo do casamento – misogamia-, outro aspecto importante que contribui para a formação de sua personalidade intempestiva e inconseqüente é uma educação de cunho cavaleiresco, o que colabora para que o rei interiorize como seu maior ideal a conquista dos países infiéis e o estabelecimento universal do cristianismo. E esse ideal leva D.Sebastião a lutar contra os Árabes no norte da África, em Álcácer-Quibir, no ano de 1578.
Do rei, esperava-se que reabilitasse Portugal da crise sócio-econômica. Assim, cresceu assumindo a postura do cavaleiro medieval, cuja missão era a de devolver ao país as glórias passadas, para colocá-lo novamente como a mais importante nação da Península Ibérica. Segundo Francisco Salles Loureiro:

Foi por volta dos doze anos que em D. Sebastião surgiram mais nítidas as idéias de conquista das terras de infiéis e de nelas implantar a fé cristã, mas dessa consciencialização não podemos dissociar o todo que era a sociedade portuguesa da época. Como vimos, desse corpo de idéias andava impregnada toda a mentalidade nacional, que o expressava, através dos múltiplos canais da opinião pública. (Loureiro, 1989, p. 104).


Toda a expectativa criada em torno do Desejado contribuiu para a formação de uma personalidade problemática, em que são constantes atitudes marcadas pela prepotência, arrogância e inconseqüência. Citando mais uma vez Francisco Salles Loureiro:

Não resta dúvida de que uma criança, gerada e criada nas condições em que o foi D. Sebastião, haveria de possuir marcas psicológicas inapagáveis, que desenham muito das suas posteriores atitudes, com lógica explicação do desiderato final de sua vida - o desastre de Alcácer Quibir. (...) (Idem, ibidem).

A batalha de Álcácer-Quibir constituiu-se na pior tragédia que Portugal poderia sofrer, devido às conseqüências advindas dela. A derrota já era prevista e os mais conscientes sabiam que a empresa era imprudente. Com um exército mal equipado, com poucos soldados e sem um comando experiente, os portugueses foram fragorosamente derrotados pelos Árabes, visto que metade dos soldados foi morta e a outra metade presa, segundo J.H. Saraiva, dentre os mortos figurava o próprio rei.
Com a morte do jovem rei, em Alcácer Quibir, Portugal passou a ser governado pela Espanha. Por outro lado, a crise que se fazia sentir desde o reinado de D. João III agravara-se. Suas causas são a grande concorrência de comércio internacional das especiarias e drogas orientais, a diminuição da entrada de metais preciosos e um grande declínio da produção agrícola (Loureiro 1989: 15). Diante deste status quo Portugal perde totalmente sua auto-estima, que antes havia sido prepotência, provocada pelas conquistas marítimas. Cai num profundo desalento e desencanto, e, assim, cria-se a atmosfera necessária para o surgimento do Sebastianismo. Podemos dizer, que a partir daí, não assistimos apenas ao surgimento do mito, mas também o imaginário português mergulhar cada vez mais profundamente nele. Sua força é tão intensa que ele acaba atravessando o Atlântico. No nordeste brasileiro, assim como em Portugal, D. Sebastião, até hoje é parte integrante do inconsciente coletivo.
Porém alguns historiadores chamam a atenção para o fato de que assim como a crise sócio-econômica, a origem do Sebastianismo também é anterior ao rei D. Sebastião. No século XVI, um sapateiro chamado Bandarra escreveu várias trovas proféticas que anunciavam a chegada de um messias que traria a recuperação do país em crise. Estas profecias foram influenciadas pelo mito espanhol do Encoberto, bastante difundido em Portugal. Após o fracasso na batalha de Alcácer-Quibir, todas as coisas que já não estavam boas pioraram, pois a aventura de D. Sebastião foi extremamente onerosa para o país, contudo, o povo passou a acreditar que o Desejado havia sido destemido e heróico, defendendo os interesses de Portugal e do Cristianismo, acreditava-se ainda que ele não havia morrido e, portanto, retornaria para retomar o poder e salvar a pátria. O mito se estabelece a partir destas interpretações oriundas do desejo que acaba, por assim dizer, subvertendo o real.
Em 1640, com a restauração do governo português, as esperanças, até então depositadas em D. Sebastião, são transferidas para D.João IV, o qual, acreditavam, era a reencarnação do mito que estabeleceria o tão sonhado Quinto Império. Esta crença foi defendida pelo Padre Antonio Vieira no Sermão dos bons anos, um dos articuladores da Restauração. Quando esteve em missão no Brasil, difundiu essas crenças e, como já dissemos, em outras palavras atrás, o mito sebastianista fincou raízes no inconsciente do sertanejo nordestino. Como exemplo, chamamos a atenção para a identificação entre Antonio Conselheiro e D. Sebastião.
Contudo o governo de D. João IV não foi capaz de resgatar o país da crise em que estava inserido, mas as esperanças e sonhos de justiça e paz dos sebastianistas não morreram e foram transferidas para os futuros governantes, sucessivamente. Eduardo Lourenço, em o Labirinto da saudade, fala sobre Vieira e os anseios portugueses, ressaltando que:

É difícil conceber que a confusão entre o real e o sonho possa ir mais longe do que o foi na cabeça de António Vieira das alegações diante do Santo Ofício, mistura única de lucidez delirante e delírio divino. Nele se operou como em ninguém mais a conversão da nossa longa ansiedade pelo destino pátrio em exaltada aleluia, a transfiguração do simples ‘cantar de amigo’ com que nos embalámos no alvorecer inquieto, em cantata sublime ao Quinto Império. (Lourenço, 1992, p. 23).

Considera-se, ainda, que o Sebastianismo tenha recebido influências do Paracleto e o do mito do Rei Artur, cuja lenda foi enormemente difundida em toda a Península Ibérica. Como nos diz a lenda, morto, Artur é levado para a ilha de Avalon de onde retornará numa manhã de nevoeiro. Quanto ao Paracleto, também conhecido como o Império do Espírito Santo, do qual o mito do Quinto Império seria um resultante direto, trata-se, segundo a descrição de António Quadros:

“do que foi a coroação de um homem pobre como Imperador do Espírito Santo. Em Alenquer, os próprios Reis e Nobres o serviam, sendo-lhe posta ritualmente na cabeça a coroa imperial, encimada por uma pomba, simbolizando o Paráclito. (...) Estamos perante uma festa ou auto profético, inspirado sem dúvida na teoria das três idades, de Joaquim de Flora, monge cisterciense calabrês, que no século XII, inspirado no passo pentecostal do Evangelho de S. João e no Apocalipse deste mesmo evangelista, profetizou que, depois da Idade da Fraternidade Universal e da Paz, tempo das Bem-Aventuranças, período histórico final em que toda a terra seria um templo, o templo do Santo Espírito, em que os homens passariam a ler pelo Evangelho Eterno.” (Quadros, 1989, p. 46).


O Sebastianismo, por sua força e influência na História e cultura de Portugal, vem servindo como tema na prosa e na poesia portuguesa desde o Romantismo. Entre os mais importantes escritores portugueses que tratam sobre o mito citamos Almeida Garret, António Nobre, Fernando Pessoa e o contemporâneo Almeida Faria, no panorama da literatura brasileira destacamos Ariano Suassuna.


Mito e cultura

Por toda a sua complexidade, o mito sebastianista analisado pelos estudiosos sob diferentes aspectos, no que se referem as suas influências na história e no desenvolvimento de Portugal. Uma das suas características é a de que contribuiu para manter o nacionalismo e a crença na recuperação do país. Porém, contrariamente a esta posição, tal crença, ao invés de desenvolver o espírito de busca do povo, mais serviu para lhe acentuar o perfil acomodado, de quem espera passivamente por um salvador que lhe resolvesse todos os problemas e, desta maneira, submete-se a sucessivos governos que pouco progresso proporcionaram, mantendo o país, a partir do século XVI, aquém de seus vizinhos europeus.
Como observa António Quadros em Poesia e filosofia do mito sebastianista:

O profetismo mítico - ucrônico português, tendo tido embora o mais valioso significado ôntico e a mais fecunda das funções psico sociológicas (...), resultou, pois no mesmo plano político em que pretendia situar-se, em avaliação irrealista. Se, durante o século XVI e parte do século XVII, alimentou eficazmente a chama patriótica, acendendo ou reacendendo o entusiasmo e a fé do povo no destino independente da nação, ao mesmo tempo a espera prolongou-se, acabando por provocar uma expectativa de inércia. (Quadros, 1983, p. 159).

Sobre esta questão citamos, novamente, Eduardo Lourenço:
(...) esse ciclo de sebastianismo activo que representou, ao mesmo tempo, o máximo de existência irrealista que nos foi dado viver; e o máximo de coincidência com o nosso ser profundo, pois esse sebastianismo representa a consciência delirada de uma fraqueza nacional, de uma carência, e essa carência é real. (Lourenço, 1992, p. 22).

Sobre o caráter nacionalista que o sebastianismo provoca, este mesmo ensaísta chama a atenção para como ele foi amplamente explorado no fascismo salazarista como elemento de manipulação:
souberam utilizar com inegável habilidade o recurso à mitologia patriótico-clerical mais estafada mas não de todo exausta, opondo ao ‘internacionalismo marxista’ uma resistência de todos os instantes. (Lourenço, 1992, p. 31).

Desde a formação de Portugal, observamos que a criação de heróis cristãos e seus feitos extraordinários presentes na História portuguesa revelam uma tendência ou uma vocação para o miraculoso e celestial, extremamente influenciada pela religião católica e pelo judaísmo.
Essa maneira de ser do povo português exercerá sua influência em seus historiadores e ficcionistas da forma como se refere aos escritos da História de Portugal por Eduardo Lourenço:

As ‘Histórias de Portugal’, todas, se exceptuarmos o limitado mas radical e grandioso trabalho de Herculano, são modelos de ‘robinsonadas’: contam as aventuras celestes de um herói isolado num universo previamente deserto. Tudo se passa como se não tivéssemos interlocutor. (E esta famosa forma mentis reflecte-se na nossa criação literária, toda encharcada de monólogos, o que explica, ao mesmo tempo, a nossa antiga carência de fundo em matéria teatral e romanesca.). (Lourenço, 1992, p.18)

O Sebastianismo é o maior e mais importante exemplo desta tendência portuguesa de crer em milagres e heróis, pois sua influência pode ser observada até hoje. Tal mito é considerado segundo vários autores, como o messianismo judaico-cristão nacionalizado. A figura de D.Sebastião acaba se confundindo com a do Messias, que virá para redimir seu povo. Ao que dissemos a respeito do comportamento do povo português, podemos acrescentar que o período da história em que viveu D. Sebastião está marcado por uma séria crise sócio-econômica. Ligando os dois fatos acima arrolados, verificamos que se cria, em torno do trágico rei, a crença coletiva em soluções milagrosas e desmedidas. Acreditamos, porém, que se este mito já está tão arraigado, procurar entendê-lo e assumi-lo seria um grande passo para um país que há muito procura por sua identidade cultural. È preciso respeitar as “verdades” existentes sobre seus mitos para, então, transcender a elas. Assim como a “verdade” pode nascer da mentira repetida, a repetição da idéia sobre o retorno do rei, acabou sendo incutida como verdade no inconsciente do povo português, o que não deve ser analisado de maneira racionalista e preconceituosa, simplesmente, citando Mircea Eliade: “(...) o mito narra como, graças às façanhas dos Entes Sobrenaturais, uma realidade passou a existir, (...). É sempre, portanto, a narrativa de uma ‘criação’: ele relata de que modo algo foi produzido e começou a ser.” (Eliade, 2000, p.11). Conforme Georges Gusdorf: “O mito está ligado ao primeiro conhecimento que o homem adquire de si mesmo e de seu contorno: mais ainda, ele é a estrutura deste conhecimento.” (Gusdorf, 1980, p.23). Desta maneira, Portugal não se define caso descarte seu imaginário, ou seja, desconsidere as verdades míticas já arraigadas na sua cultura. Novamente, segundo Gusdorf:

Ainda se a primeira afirmação do homem já o separa do mundo, parece pois que a consciência mítica tenha por função reintegrá-lo no universo. (...) é preciso reconhecer que o mito não constitui um abandono puro e simples de um pensamento fabulador e gratuito análogo ao do sonho ou da poesia. O mito não se situa fora do real, já que ele se apresenta como uma forma de estabelecimento do real. (Gusdorf, 1980, p. 32).

Essa grande influência que um mito pode exercer sobre um povo, no caso, o português, acaba por desencadear um processo histórico repleto de fracassos, que se define e se perpetua através da repetição da História contada. Para ratificar o comentário, valemo-nos de um fragmento extraído de Eduardo Lourenço em que alerta sobre a ausência do olhar crítico do povo português sobre si mesmo:

Quando não é o sintoma mesmo de uma degradação masoquista é um jogo que faz parte intrínseca do a-criticismo, do irrealismo de fundo de um povo que foi educado na crendice, no milagrismo, no messianismo de pacotilha, em suma, no hábito de uma vida pícara que durou séculos e que a aristocracia indolente e ignara pôde entreter à custa de longícuos Brasis e Áfricas. (...) Esse sicofantismo nacional ao serviço de Deus chegou para alimentar a nossa vaidade de defensores da Fé, mas converteu-nos em adoradores extáticos no melhor dos casos e em refinados hipócritas no pior, criando em nós essa espécie de indiferença a toda a verdade que não seja vivida colectivamente, a inventores geniais de ‘concórdias’ e ‘verdades médias’ que naturalmente não poderiam jamais conduzir aos Descartes, aos Pascal, aos Torricelli e muito menos aos Espinosa. (Lourenço, 1992, p. 49,50).

Portanto, uma reavaliação de Portugal deve incluir seus mitos e seu imaginário, para um melhor entendimento do presente. De acordo com Eduardo Lourenço, em sua obra mais recente, Mitologia da saudade:

Desde o século XIX, com o nascimento de uma História digna desse nome, imaginou-se, e com razão que seria a História o lugar por excelência da compreensão de nós mesmos como passado coletivo e, por conseqüência, a leitura mais adequada de um povo como destino. Da poética dessa História excluía-se, por definição, o que na ordem da informação do passado relevava da lenda ou do mito.(...). O imaginário transcende a mitologia constituída ou plausível, mas é na mitologia, na ficcionalização imanente à história vivida, que melhor o podemos apreender. Adotando uma célebre fórmula de Kant podemos dizer que a Mitologia sem História é vazia e a História sem Mitologia, cega. (Lourenço, 1999, p. 92,93).

Desta forma e da maneira como estabelecemos este debate percebemos que uma profunda influência do sebastianismo se apresenta até os dias atuais em Portugal e também no Brasil, assunto que poderá ser explorado mais profunda e especificamente em um próximo trabalho.

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