Pássaros de fogo
que acariciam a velha árvore
acostumada à permanência,
fincada na terra.
Pássaros ágeis,
leves,
quentes.
Não se fixam,
porque pássaros passam,
voam,
vão aquecer outras árvores imóveis,
estáticas,
esperando o vento, a chuva, o sol,
a nova estação,
esperando do tempo... que traga
Pássaros de fogo,
ágeis,
leves,
quentes,
breves...
Eleandra Lelli
Este blog foi criado para ser um espaço de discussão, de troca de conhecimentos e informações sobre as áreas de Língua, Literatura, Educação,Política e o que mais nos convier!
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Minha inexplicável vida, de Helena Lelli Riga
Minha inexplicável vida
O mar é a representação de uma vida na qual eu posso estar inserida e não o contrário. O mar é de lua, é de fases.
O
mar já tentou me afogar, no mar agitado as pessoas têm medo de entrar,
no mar agitado fica tudo bagunçado. No mar calmo as pessoas amam ficar,
mas mesmo em dias de calmaria o ir e vir das ondas não para nunca,
intermitentemente até que não haja mais mar, apesar dos tempos de
calmaria sempre haverá ondas indo e vindo.
Minha
vida é inacreditavelmente profunda, e nela existem coisas que nem eu
mesma conheço, e não conheço quase nada que não esteja no raso. Não só
eu como algumas pessoas muito corajosas procuram descobrir o que há
nessa imensidão azul. Minha vida é alguns nuances de azul se
descobrindo, se encontrando e se fundindo em um horizonte relativo.
Minha vida é um horizonte relativo. Minha vida é o ir e vir das ondas do mar.
Minha vida é de lua...
sexta-feira, 24 de abril de 2015
Texto de Keteleen Ribeiro sobre a importância do apoio consciente à Educação, aos educadores da escola pública.
"O fato é que um cidadão de
coração verde e amarelo jamais deverá deixar de lutar por um futuro que
espelhará a grandeza do seu Brasil" Assim Keteleen define a importância do apoio aos educadores, à Educação Pública! O texto como um todo dispensa minhas observações, Keteleen Ribeiro é aluna nota 10! É cidadã nota 10!
PÁTRIA AMADA
Ao longo da história de nosso país,
nos deparamos com idas e vindas, sejam políticas ou sociais, as quais algumas
foram benéficas para a população, e outras nem tanto. Como em toda civilização,
no Brasil sempre há favorecimento para uma camada e prejuízo para outra. Há
mais de 500 anos nos deparamos com discursos dos representantes políticos pela
“melhoria” da nação, vistos de diferentes maneiras. Essa distinção de ideais é
a prova de que há uma clara divisão social decorrente da desigualdade.
Em suma, há dois exemplos atuais a serem
citados. A terceirização, que é uma lei aprovada recentemente autorizando as
empresas, sejam públicas ou privadas, a se organizarem de uma forma que
transfira suas atividades a uma outra empresa, e o atual descontentamento com a
educação leva os professores às ruas, pela falta de leis que beneficiem tal
classe trabalhadora, além da luta pelo bem estar dos alunos, como melhorias na
infraestrutura nas instituições de ensino.
Através das companhias mais prestigiadas
da mídia em geral, não é possível ter pleno acesso aos assuntos em questão. Rapidamente
podemos indagar que este fato é uma maneira de calar uma camada e dar voz à
outra. Que camadas seriam essas? A resposta é simples: o Brasil, assim como
muitos outros países, é dividido socialmente entre a camada pobre e a camada
rica, desde sua colonização, o que percorre até os dias atuais por não
conseguir se desfazer de sua pobre herança cultural política marcada por uma
divisão deplorável entre povos de uma mesma terra.
O brasileiro é conhecido por não
desistir nunca, sob o forte argumento de transformar o Brasil em um mundo
melhor, marca presença nas ruas, mesmo que cada um tenha suas razões. A
diferença será feita a partir do momento em que as pessoas entenderem como e
pelo quê devem lutar, pois ainda que o coração patriota tenha boas intenções, o
cérebro deve ser bem trabalhado. Talvez as atuais manifestações não tenham
resultados agradáveis a todas as classes, sejam sociais ou trabalhadoras,
porém, o pontapé inicial deve ser dado nas urnas. O fato é que um cidadão de
coração verde e amarelo jamais deverá deixar de lutar por um futuro que
espelhará a grandeza do seu Brasil.
Keteleen Ribeiro
terça-feira, 10 de março de 2015
Educação para a mídia é um assunto de extrema relevância em tempos de abdução.
EDUCAÇÃO PARA A MÍDIA
O estranho mundo dos midiotas
Por Luciano Martins Costa em 06/03/2015 na edição nº 840
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 6/3/2015
Se você lê jornais e assiste ao noticiário televisivo, e além disso leva em conta os comentários dos especialistas em generalidades que proliferam nas emissoras de rádio e acompanha sofregamente tudo que circula nas redes sociais digitais, pode estar certo de que você está incurso no arco de seres humanos que estão sendo estudados pelos especialistas em comunicação de algumas das melhores universidades do mundo. Esse espectro vai do indivíduo profundamente elaborado, que é capaz de filosofar sobre o mundo midiatizado, ao perfeito midiota.
O contexto teórico considerado por esses estudiosos tem como objeto o que em língua inglesa se chama “media literacy” e que, em português, é chamado, principalmente no núcleo de estudos específicos da Universidade de São Paulo, como Educomunicação. Trata, como se pode depreender, de uma educação especial que habilita o indivíduo a entender o conteúdo da mídia e formular sua própria opinião a respeito dos assuntos abordados. O pressuposto de tal disciplina é que a mídia tem uma função social que vai muito além da tecnologia e dos recursos financeiros usados para fazer com que aconteça a comunicação.
O professor Thomas Bauer, responsável pela cadeira de Cultura da Mídia e Educação pela Mídia na Universidade de Viena, observa que essa função dos meios deve extrapolar o conceito de troca de informações passando por um filtro (mediação), para o propósito de contribuir para a construção de uma ordem social baseada na diversidade. Além de balizar a organização da ordem social, juntamente com outras instituições e entidades formais ou informais, a mídia deve participar das negociações entre os indivíduos, isoladamente ou em grupos, e entre si, para que se obtenha uma sociedade sustentável.
Uma proposta de educação que considere o papel da mídia como tal deve, segundo Bauer, apontar para a conquista da competência de distinção do significado de diferentes situações, em termos de ética, estética e benefício potencial. Numa circunstância ideal, a sociedade sustentável conta com pessoas capazes e responsáveis pelo uso da mídia como meio de comunicação e conexão social, e não apenas como clientes a serem convencidos disto ou daquilo.
Uns e outros
Como no “vidiota” do romance de Jerzy Kosinski que inspirou o filme intitulado Muito além do jardim, a intensa exposição à mídia, sem o contraponto do senso crítico, pode ser uma prática perigosa. O indivíduo habilitado para interpretar a narrativa e o discurso propostos pela mídia nesse papel é também capaz de questionar o sentido que a mídia propõe para os acontecimentos do cotidiano.
Um grande contingente de cidadãos em condições de distinguir os vários significados das situações que a imprensa lhes apresenta será mais senhor de seu destino e se tornará menos vulnerável a discursos manipuladores e demagógicos.
O dilema está no fato de que esse benefício depende em grande parte de uma determinação da mídia hegemônica de usar seus recursos eticamente e com grande empenho estético. O problema se complica quando a própria imprensa faz escolhas contrárias à ética, esteticamente inadequadas e fora do propósito do bem, com o objetivo de usar a conectividade social que lhe é atribuída para arregimentar adeptos a um modo de vida simbólico que contraria o interesse coletivo.
Claro que tudo isso pressupõe a existência de interesses coletivos em meio a idiossincrasias individuais, mas o problema se resolve com a observação segundo a qual a sociedade se forma por meio da comunicação, produtora de sentido – portanto, criadora de cultura.
Uma maneira simples de avaliar se determinado meio contribui para este ou aquele tipo de sociedade é observar se suas mensagens estimulam, por exemplo, uma cultura de paz ou a violência; se propõe uma visão tolerante das diferenças ou se investe no confronto.
É da modernidade supor que o indivíduo se torna responsável por suas escolhas, ou, em outra acepção, no uso de suas vontades fortes ou fracas. Portanto, parte da responsabilidade pelo que se processa no ecossistema midiático compete à mídia, mas o arbítrio ainda é do cidadão.
Quando dizemos que “você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”, estamos apostando que, exercitando a observação crítica da imprensa, o indivíduo se educa para a mídia. Essa distinção de habilidades é o que faz, de uns, midialiteratos e, de outros, no ponto extremo do que acreditam em tudo que leem, midiotas.
observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o_estranho_mundo_dos_midiotas
O estranho mundo dos midiotas
Por Luciano Martins Costa em 06/03/2015 na edição nº 840
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 6/3/2015
Se você lê jornais e assiste ao noticiário televisivo, e além disso leva em conta os comentários dos especialistas em generalidades que proliferam nas emissoras de rádio e acompanha sofregamente tudo que circula nas redes sociais digitais, pode estar certo de que você está incurso no arco de seres humanos que estão sendo estudados pelos especialistas em comunicação de algumas das melhores universidades do mundo. Esse espectro vai do indivíduo profundamente elaborado, que é capaz de filosofar sobre o mundo midiatizado, ao perfeito midiota.
O contexto teórico considerado por esses estudiosos tem como objeto o que em língua inglesa se chama “media literacy” e que, em português, é chamado, principalmente no núcleo de estudos específicos da Universidade de São Paulo, como Educomunicação. Trata, como se pode depreender, de uma educação especial que habilita o indivíduo a entender o conteúdo da mídia e formular sua própria opinião a respeito dos assuntos abordados. O pressuposto de tal disciplina é que a mídia tem uma função social que vai muito além da tecnologia e dos recursos financeiros usados para fazer com que aconteça a comunicação.
O professor Thomas Bauer, responsável pela cadeira de Cultura da Mídia e Educação pela Mídia na Universidade de Viena, observa que essa função dos meios deve extrapolar o conceito de troca de informações passando por um filtro (mediação), para o propósito de contribuir para a construção de uma ordem social baseada na diversidade. Além de balizar a organização da ordem social, juntamente com outras instituições e entidades formais ou informais, a mídia deve participar das negociações entre os indivíduos, isoladamente ou em grupos, e entre si, para que se obtenha uma sociedade sustentável.
Uma proposta de educação que considere o papel da mídia como tal deve, segundo Bauer, apontar para a conquista da competência de distinção do significado de diferentes situações, em termos de ética, estética e benefício potencial. Numa circunstância ideal, a sociedade sustentável conta com pessoas capazes e responsáveis pelo uso da mídia como meio de comunicação e conexão social, e não apenas como clientes a serem convencidos disto ou daquilo.
Uns e outros
Como no “vidiota” do romance de Jerzy Kosinski que inspirou o filme intitulado Muito além do jardim, a intensa exposição à mídia, sem o contraponto do senso crítico, pode ser uma prática perigosa. O indivíduo habilitado para interpretar a narrativa e o discurso propostos pela mídia nesse papel é também capaz de questionar o sentido que a mídia propõe para os acontecimentos do cotidiano.
Um grande contingente de cidadãos em condições de distinguir os vários significados das situações que a imprensa lhes apresenta será mais senhor de seu destino e se tornará menos vulnerável a discursos manipuladores e demagógicos.
O dilema está no fato de que esse benefício depende em grande parte de uma determinação da mídia hegemônica de usar seus recursos eticamente e com grande empenho estético. O problema se complica quando a própria imprensa faz escolhas contrárias à ética, esteticamente inadequadas e fora do propósito do bem, com o objetivo de usar a conectividade social que lhe é atribuída para arregimentar adeptos a um modo de vida simbólico que contraria o interesse coletivo.
Claro que tudo isso pressupõe a existência de interesses coletivos em meio a idiossincrasias individuais, mas o problema se resolve com a observação segundo a qual a sociedade se forma por meio da comunicação, produtora de sentido – portanto, criadora de cultura.
Uma maneira simples de avaliar se determinado meio contribui para este ou aquele tipo de sociedade é observar se suas mensagens estimulam, por exemplo, uma cultura de paz ou a violência; se propõe uma visão tolerante das diferenças ou se investe no confronto.
É da modernidade supor que o indivíduo se torna responsável por suas escolhas, ou, em outra acepção, no uso de suas vontades fortes ou fracas. Portanto, parte da responsabilidade pelo que se processa no ecossistema midiático compete à mídia, mas o arbítrio ainda é do cidadão.
Quando dizemos que “você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”, estamos apostando que, exercitando a observação crítica da imprensa, o indivíduo se educa para a mídia. Essa distinção de habilidades é o que faz, de uns, midialiteratos e, de outros, no ponto extremo do que acreditam em tudo que leem, midiotas.
observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o_estranho_mundo_dos_midiotas
domingo, 8 de março de 2015
Dois belos textos de Helena Lelli Riga
1) Um caso por acaso
Foi numa sexta-feira ou talvez num sábado, não sei se foi por acaso que eu encontrei você ou se foi o acaso que me apresentou a você, mas acho mais provável que o acaso tenha me apresentado a você, simplesmente porque acho que esse acaso não é tão por acaso assim... E de uma série de acontecimentos por acaso a gente criou um caso, um caso desses de cinema, de livro... Um caso alucinante, cheio de acontecimentos inexplicáveis e que foram tão marcantes, meio embaralhados e com algumas atrapalhações... Mas um caso a parte, uma exceção, ninguém acreditou no nosso caso, e por vezes até nós deixamos de acreditar, mas nesse caso não tinha o que fazer, era o melhor acaso de nossas vidas, e era tentador saber qual seria a próxima página da nossa história... Esse caso é sempre surpreendente e eu não me canso de lembrar o quanto foi lindo a trajetória desse acaso para por acaso chegarmos até aqui... Olhar pra trás e sorrir é quase que inevitável, e saiba que esse caso só existe porque têm você, e porque tem eu... E isso é óbvio, agora, esse caso só é lindo porque tem eu... e porque tem você...
2) Há momentos
Nesses dias, sinto uma falta incomum de
coisas que eu nem tenho, e é nessa falta que eu encontro um grande enigma, ora
bom... ora ruim... Meio bipolar... Que é a tal da solidão... A sensação, é de
estar perdendo aos poucos alguma coisa, mas o quê? Talvez seja medo de perdê-las por inteiro... Eu não sei, agora, que estou com sono, talvez
já não seja mais hora de pensar nisso, e vou fechando e abrindo os olhos que já
não choram mais... Amanhã será mais uma segunda chance... Amanhã, vai ficar
tudo b...
...
quarta-feira, 4 de março de 2015
Ótimo texto de Kateleen: estudante do 3º ano do Ensino Médio
VIOLÊNCIA:
ESPELHOS DO MEDO
A cultura brasileira é constituída por um conjunto de trejeitos e
costumes adquiridos e transformados desde a época em que a população nacional
era ocupada por índios e portugueses, que, sobretudo, resultou em um sério
conflito cultural. Sabemos que a história de nosso país contém manchas
sangrentas e, baseada nisso, a legislação brasileira é reformulada
frequentemente com o intuito de combater a violência em toda e qualquer
instância, objetivando manter a sociedade organizada.
A violência é o principal tema abordado pelos meios de comunicação, em
especial contra mulheres e crianças. Todos os dias são noticiados novos casos,
elevando os índices nas cidades brasileiras. Por motivos banais centenas e até
milhares de vidas se perdem diariamente; no caso das crianças, a motivação do
agressor é a inocência e a fragilidade física, e no caso das mulheres, em sua
maioria, pelo mesmo motivo e também por causa do machismo desqualificado que
perdura desde o princípio da sociedade brasileira até os dias atuais, porém,
com menor expressão.
Através da própria mídia, que alcança toda a população por ser o meio de
comunicação mais acessível, que noticia frequentemente a degradação tanto
política quanto social do país, nos informamos da existência de organizações
não governamentais que auxiliam e acolhem mulheres e crianças vítimas de
violência doméstica. Porém, muitas vítimas ainda são reprimidas e sufocadas por
seus medos e não buscam sequer o auxílio jurídico.
Nitidamente, a história nacional retrata um pouco nos dias atuais o
período opressor pelo qual passou o Brasil. Mulheres e crianças ainda são
tratadas e vistas, muitas vezes, com inferioridade pela sociedade, o que
resulta em um prolongamento de transmissão cultural equivocada. Os governantes
devem explorar a mídia como uma forma de auxílio que visa a alcançar as vítimas
da violência doméstica em prol da diminuição dos casos de tal barbárie e também
para uma sociedade verdadeiramente organizada, pois a combinação da publicidade
com a mídia pode abrir novos horizontes, seja para internautas ou
telespectadores. É dever social e político do Estado zelar pelo exercício das
leis, principalmente das que asseguram a vida de um cidadão, independentemente
dos meios utilizados pelo mesmo (o Estado) para atingir a população, antes que
as estrelas brancas que compõem nossa bandeira sejam coloridas com o sangue
derramado por inocentes.
Keteleen Ribeiro Ramos
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
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